Pulmões cheios de letras,
palavras que me afogam.
Dizeres encobertos por areia.
Muitos pontos que a maresia
levou embora e ponto.
Há uma discussão pelo sentido
que o vento sopra,
que o vento cobra.
Há necessidade de socorrer
um corpo sem identificação.
Papéis em branco boiam
em alto-mar que sangra.
Clama por significado,
só reivindica sepultura.
Há vestígios do meu eu
levados no casco dos navios...
Com sal e poesia
faço curativos nas frases
que estão morrendo.
Não adianta mais (...)
A onda rebenta
e leva tudo o mais que
eu pretendia te dizer (...)
Não vou dizer
pra sempre.
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