Deus passou o dia na Savana.
Estava com saudades do estábulo.
Deus limpou a lente do microscópio,
na mais recente descoberta científica.
Compareceu a última
declaração de guerra.
Aplaudiu de pé
uma estreia no teatro.
Esteve presente ao um studio,
acompanhar alguém
que decidiu tatuar o demônio.
Encontrou o silêncio dos Lamas
no alto da montanha.
Comeu comida vegana
e seguiu para um abatedouro.
Deus ouviu atentamente
a versão do crente
sobre ele mesmo.
Cansado,
tirou um cochilo,
ao lado do mendigo,
de seu cachorro
e de todas as pulgas.
Rio muito com as piadas
que os ateus contaram
no final do Congresso.
Preciosista (...)
acompanhou a geada no campo.
Aguardou uma gota de orvalho
que retornou para dentro do lago
que lhe aguardava há anos.
Sentou e acompanhou
uma ocultação de cadáver
no meio da floresta.
Cruzou uma encruzilhada
e cumprimentou um guardião
que estava de ronda.
Cortou o cordão umbilical
do último humano
que acabou de nascer.
Empurrou um menino,
que quebrou o pulso,
mas desviou da bala.
Segurou o choro,
ao assistir o casal que se amava,
fazendo amor...
Deus deu dois moshs
num show de Rock in Roll.
Acompanhou o momento
em que o esquizofrênico percebeu
que estava sendo chamado.
Fez tudo,
tudo o que podia,
ao mesmo tempo...
como em todos os dias.
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