Entre sem se perder...

domingo, 13 de agosto de 2017

CARO, CARÍSSIMO...


Aproveito o branco 
para colocar o preto.
Nunca soube como...
Não me chamo Beatriz,
mas pretendi,
ao menos uma noite,
ser tua única atriz.
Criei cenários.
Se não fomos,
se não somos...
Foi o medo 
do que poderia ter sido.
Sei que casados.
Tenho medo de assassinos
de histórias sem fim.
Por anúncio do fim 
nunca começo.
Não te dei menos.
Foste meu, és meu...
Habitas em mim.
Sou o mais recôndito lugar.
Teus versos são meus
e não me importa 
que escrevas para outra. 
No fundo,
escreves só pra mim.
Tenho medo do palco...
de errar a marca, 
de dar texto.
Tenho medo de cortinas:
- Elas fecham.
Não posso ser morta 
novamente.
Nessa vida, 
não posso ser morta,
de novo. 
Seria Desdemona (...)
Em teus braços
não haveria outro papel.
E pode ser caríssimo,
Caríssimo.

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