Entre sem se perder...

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Último aviso


Queria poder não te amar.
Qualquer coisa que explico sobre ti
me detesto.
Revirei tuas coisas.
Encontrei entradas e mais entradas
- tu não tem saída!
Acendi uma vela por ti.
Estou particularmente feliz.
O filme que passa
conta a história
de um poeta assassinado
morto duas vezes.
Uma parece que foi suicídio.
É 20 de março.
Queria nascer de novo.
Perdi o que estava dizendo...
Nada se resolve por decreto.
Desiste da Marina.
Ela nunca vai te amar.
- tu não tem saída.
Acho que estou me repetindo.
Acho que eu também não tenho...
Vou mandar a tua mãe às favas.
E nada de dedicatórias à Carolina.
Chega.
Prefiro te ver num filme pornô
a ler tuas cartas de amor.
Já disse
chega!

Nau

Tem um esqueleto de homem
pelo pescoço pendurado.
Canoa furada
afundada
fantasticamente infundada.
Meu tesouro
meus mapas...
um destino em garrafa.
Inexplicavelmente passageira
lá gosto
lagarteio à luz da florescente.
Em meio ao nevoeiro
inexisto.
Só me permito o ilimitado
de meu aquário.







À Deus


O tema de casa se debruça
sobre o que eu era.
No rabisco
árvores de copas carregadinhas.
Meu sol não era só
vinha acompanhado pela obviedade
de duas delas.
Freqüentemente vou pro balanço
mas equilibro...
Que prazer brincar com o ar
mesmo sabendo que ali descendo
nos obrigam a usar sapatos.
Mas já não basta estar pisando no chão?
Agora ando descalça o tempo todo.
Mas se eu subir
agora
a esta altura
sempre haverá alguém
dizendo não pode.
A janta está pronta.
As crianças correm...
Então entendo.
Educamos todos
para que abandonem o balanço...
Por isso não largo as cordas.