Entre sem se perder...

quarta-feira, 30 de março de 2011

Yasodhara


Mostra
ensina.
 Até que eu saiba.
Até me exaurir.
Nutre meu ego com a languidez
dos teus pequenos olhos
de olhar pra dentro.
Beija
e violenta.
Assalta
e toma à força.
Enfeita-me para a morte
que te embelezarei para a vida.
Envelopa minha carne
com cores do invisível.
Entoa meu canto
com as notas do inaudível.
Casa comigo todos os dias
e sempre
e sem cerimônia. 
Despeja tua semente
nas minhas águas
 que nunca param.
Nadarei ao infinito
(...)
em direção
 ao Deus que te tornarás.  
Ele dava um dedo para não entrar numa briga.
Comigo acabou sem as mãos.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Pijama de Sapo

Ali, tenta dormir
e insiste num quarto minguante.
Cobre-se de bruma com seu travesseiro de passear.

Ali, vira mundo
em seu tapete voador,
com sua girafa que dorme no aquário.

Ali, revive o medo
que as paredes tenham ouvidos.
Então, se disfarça com tinta de todas as cores.

Ali, ele gira.
Faz macumba pelos cantos
e pensa que sua magia é mágica.

Elefante grená,
brinca de balconista
na loja dos cristais azuis.

O menino mago
finge que é autista
e a platéia se convence.

Ali,
escreve cartas para a rosa,
namorada de outro príncipe.

Ali, baté pé...
decidiu que quando crescer
quer ser criança.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Bárbara Tormenta

Não temo os mortos
os acompanho.
Repouso sobre o campo de batalha.
Sou vocacionada pra guerra.
Brando justiça.
Sou filha da minha vontade.
Minha cabeça
meu guia.
Meu passo venta forte.
Só me banho na tempestade.
Autoritária não!
Autoridade.
Nos olhos
relâmpagos.
Não falo
trovejo.
Coberta de vento
danço meus triunfos
arrebato multidões.
Amo só a desmedida.
Venço demanda.
Dou a quem é de direito
nem que pra isso
os pratos se quebrem.
Quando chego é viração.
Eparrei!
não preciso dizer muito.