Carrego comigo a carga de todas as fêmeas
a indigestão de todas as raças
o mal estar de todos os tempos.
Não deixo nada guardado.
São os segredos que me despejam
me expõe
me botam pra fora.
Não digiro nada direito.
E sofro ao pensar
que tudo está bem.
Prefiro a fome
porque a cegueira não mata.
Pensar que o mundo são só partículas
é morar na zona de conforto.
É preciso muita fé
pra ser materialista.
Este poema dedico ao ateu
que ontém
enterrei rezando.