Entre sem se perder...

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Caneta desapontada

Usei toda a força que tinha.
Usei toda a força que tinha
só pra amar.

Depois usei toda ela
e continuei amando.

Depois usei além dela
pra deixar.

Depois usei o que podia
pra continuar...

Depois
esquecer.

Agora
o que restou
sem força
uso.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Mal-me-quer


É fácil entender...
É fácil viver a simplicidade da margarida.
Promessa de amor.
Promessas de previsão bem plantadas.
Obviedade que brota da terra.
Amei um homem
 que só amava margaridas óbvias
 repletas de brancura.
Margaridas previsíveis
que se submetem a adivinhação barata...
Condenadas a sorte de só dizer a verdade.
Amei um homem entre muitos.
Este não sabia
 o quão genuínos são os trópicos.

Morrera sem saber.

 

Como outros tantos
não sabia que frágeis somos nós
que por natureza nascemos
desprovidas de chão.