Entre sem se perder...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Olaria

Pulei a cerca pra beijar sapo.
Comprava secos no armazém
que era molhado.
Era um menino da saias,
 mais esperto que a quadra,
cansava a esquina.
Morava no bairro de barro,
com heróis de pedra.
Caçava muçum no banhado.
Ostentava uma chinelinha brejeira
e um sorriso Havaiana - legítima.
Passam todos os dias na minha frente...
um o outro pára e cumprimenta.
Sabia o número de grãos
que havia comido de areia.
Monaretta ao sol.
A macela me recolhia pra dentro.
O ginásio com o seu vozeirão inconfundível
ecoava papagaio
travessuras recorrentes.
Trepava todos os muros...
subia todas as árvores.
A sorte foi que cresci,
odiando amar tudo.