Entre sem se perder...

domingo, 28 de julho de 2013

Entrando numas...


Desloquei a patela
 rodopiando na rótula.
(...) me deram muita corda.
Danço finita,
 numa noite ruiva, interminável.
Fui despejada da caixinha de música.
Por um momento,
perdi o sapato e a paciência.
Sobe pelas minhas tranças 
e me salva da torre de pizza.
Paguei o taxista com analgésicos.
Queria que a dor fosse de cabeça.
Não se mente quando se interpreta.
Eu acho que acreditava.
Os postes estavam afinados conosco,
por isso amarelamos.
Paralelepípedos assistiram imóveis
ao nosso amor inquieto.
A casa 63 pede novos donos.
Enquanto não formos nós,
ninguém será feliz lá dentro.
É só me dar palco
que dispenso o camarim.
É que não uso maquiagem. 
Amadeus estava sempre fechado.
E ele, não era o único.
Não vi a placa de pare
no fim do cruzamento.
Há um Buda que ri e outro que chora.
Não há quase vida neste lugar,
então permaneço aqui plantada.
Underground demais pra ser romântico.
Solta os freios... 
Pra cima é que não se tem ajuda.
Não encontrando o caminho
tenta vir pelo teto.
Enquanto não chegavas,
mudei tantas vezes de lugar.
Jamais teria entrado nesta rua,
se soubesse que restaria pra sempre, 
sem  saída.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

domingo, 7 de julho de 2013

Missão



Ignore os espelhos... Toda a luxúria é ilusória.
E por que me fizeram assim?
Por onde deves andar eles precisam ter certeza que você é um deles.
Mas... se não sou um deles, por que, às vezes, duvido?
O seu trabalho é resgatá-los, o deles é convencê-la do contrário. 

Mea culpa


Troquei as mãos pelos pés...
o versa pelo vice
e fui tropeçando
nos próprios braços.
Plantando bananeiras 
para sobreviver.
Então,
como tomates verdes fritos.
Eu criei girafas no quintal.
Ousei inventar o mundo,
naufraguei no raso
da tua extrema lucidez.
Toda a dor de menisco
é incapacidade de rezar.
Eu celebro o útero 
e tu consagra a tua esterilidade.
Eu carrego pedras
que não pesam.
Tu penas pesadas.
Não aprendi tua língua,
não tive teu sobrenome,
mas reverencio o teu nome.
É admissível castelos na areia,
mas o inabitável mora em ti.
Liguei o ar 
porque tu é condicionado.
Toda a predileção por rock
é esta vontade sem fim 
de apenas dançar sozinho.
Não entendo esta hipotermia
se todos logo que morrem
permanecem quentes.
Desliguem a câmera fria
só para que tentando
 me lembrar do teu calor
eu possa te esquecer.  

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Samsara



Magnífica engrenagem.
Transmigrar de gerações.
Lá vem o devir...
Lá vem o vir a ser.
Condenados a impermanência.
Movimenta a polia em seu eixo.
Faz-nos circular
 neste mundo concreto
de "faz de conta".
Abelhas aprisionadas na colmeia,
obrigadas a produzir mel
ou a provar do próprio fel.
Rainhas e operárias submetidas
ao nascimento - vida - morte,
assim por diante.
Infame alegoria,
mudar 360 graus.
Quando a roda gira,
completa a ironia.
Voltamos todos
 pro lugar de desatino.
Retornar ao mesmo ponto
 é nosso destino.