Entre sem se perder...

domingo, 13 de agosto de 2017

AMOR TIMPÂNICO, AMOR OCEÂNICO


Sou tua realidade
que busca a fantasia.
Sou o teu ateu
a procura de deus.
Sou o teu entristecer
nesse entardecer.
Sou a regressão
que te fará progredir.
Eu deixei, 
eu deixei
que tu me afogasse.
Não ofereci resistência.
Eu permiti.
Deixei que me matasse.
E agora não ouço.
Meus ouvidos são 
adaptados ao mar...
E no mar ouve-se
só o mar...
Tua vontade de se atirar...
é a vontade de me buscar
de volta.
Não ouço porque 
é uma cicatriz.
É o dano que 
tu mesmo provocaste.
Eu sei de tudo,
e mesmo assim,
te perdoei
e te perdoo.
E agora que sei
mareio tudo
com água
de ouvido.
E não como nada 
que venha do mar,
porque o mar 
vem de mim.
Não havendo mar 
pra me afogar,
me afogaste no seco.
E me afogo por engolir
todas as minhas lágrimas.
E ainda assim,
eu te perdoo (...)
Perdoo porque sei que só
aqueles que mais amam
são capazes de matar,
assim como tu me mataste.

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