Entre sem se perder...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Cedo ou tarde


Diante dos teus olhos
só direi silêncios.
Não farei promessa alguma.
E direi que te amo
com o calor dos que odeiam
porque a mão que afaga é a mesma.
Para bom entendedor
meia.
Lavra minha pele.
Meia palavra não.
Basta brincadeira.
Apedreja.
Direi que odeio
e mais e mais
e tanto e tanto...
A vida é assim.
Pouco importa os anos.
Eles
vão.
Não sou boa de números
mas há o que importa...
Conhecerás a mim
 não de ouvir falar
mas por tudo o que não dizem.
Reconhecerás meu retrato falado
na órbita de quem me procura.
E me reconhecerás em meus parentes
apesar deles não se reconhecerem em mim.
Sempre atenta às pequenas coisas.
As grandes já requerem
por si só
platéia e atenção.
Rirei muito
mas muito
dos meus defeitos.
Chorarei pela tua incapacidade de rir.
Direi que te amo
muita vezes
e terei dito milhares
até o final do poema.
Mas é preciso que saibas
que poesia acaba.
Encerro aqui.
De tudo o que não te disse
é bom que saibas.