Entre sem se perder...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O poeta é

 aquele que toma emprestada a roupa velha do outro

 entra na festa ostentando traje novo

 sem ter sido convidado.

 


O que eu sou não vem 
e o sono também.

Devolução

No frágil papel

deixo o meu papel frágil

que a vida me deu

e a poesia nunca esqueceu.

INAPTA



Promovo uma escrita armada.
Aliada atriz incapaz de simular.
Só policio o que intenta a caneta.
Filha que casou com o pai.
Mãe do próprio marido.
Beijo oito focinhos por dia.
Quando em português pareço grego.
Há muito me abandonou o microfone.
Explode todos os dias um amigo.
Adversos encaminham os proclames.
O plantão mora lá em casa.
Abro a porta e encerro.
É madrugada que me acorda pra passear.
Não pretendo nome de rua.
Ando só de boca em boca.
Sempre que furiosa sou lúcida.
Quando sensata pareço louca.