Entre sem se perder...

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Do mar o que não se doma


Senhora de todas as fontes
surge das minhas profundezas.
Pisa à beira-mar
onde dorme o meu descanso.
Mergulha no abismo profundo
onde sempre me canso.
Deusa dos arrecifes da costa
leva contigo a onda revolta
e faz o mar serenar.
Habita pra sempre
essa espuma fecundante.
Salve as quatro marés tuas!
Oh, grande mãe d’água!
No teu enxoval
navega o meu amor
e naufragam meus ódios.
Celebro no útero
a tua energia geradora.
Festejo no corpo
o teu eterno feminino.
Repousa mãe
na minha lagoa de dentro.
Vive no meu pequeno poço.
Guarda o meu manancial.
Governa essa minha ressaca.
Veste-me
com tuas algas.
Cobre-me
com o teu limo.
Ensina
esta ostra machucada
a ser pérola.
Avatar
d’água turva e suja
Mãe minha
cristalina e pura
Titãn
na confluência entre meus dois rios.
Odoiá
 linda sereia!
Canta dentro deste copo d’água
que aguarda sempre

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