Entre sem se perder...

domingo, 27 de novembro de 2016

O Poeta de Aquário

Inconformado
voa livre...
às vezes, em declive.
Pássaro que passeia
sobre linhas...
tanto tuas
quanto minhas.
Caminha
tuas mal traçadas
pegadas
desapegadas.
Alguns não tem signo,
tu a semiótica.
O teu certo
é o incerto.
Tu soas destoante
nessa orquestra afinada.
Filho da desfilhação.
Á beira...
No abismo de si mesmo.
Meio branco,
meio negro,
meio índio...
Meio até confuso.
Confuso, não cafuzo.
Meio mameluco.
Não disse maluco!
Do teu insondável
mar de amar...
contêm peixes
no limite da transparência.
Eremita sedentário,
Arauto do diário.
Meio Tupi,
Meio Guarani...
Talvez Charrua...
É sempre inteiro,
sendo meio.
Quase um gentil zombeteiro.
Um grande arcano,
junto com o profissional do ano.
Um romântico ou ogro,
com uma pitada de Pinga Fogo.
Busca lá...
E não pára de rebusca.
Para muito,
muito além de ti...
Quando és tu, és multidão...
À beira, à beira...
E nunca hiberna,
apenas para ser Iberê.
Aquele que sonhando,

nunca dorme.

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