Ah, menina...
Há razão de ser pra tudo.
Há uma caixinha aguardando você.
Há quem cultue teus calos, bailarina.
Se chegares por aqui choverão sapatilhas, bailarina.
Há alguém que toca
apenas para que ouças.
Silencia, menina.
Ouve a engrenagem.
Abre a caixinha vermelha.
Ela torna a interrogação uma clave.
Se doer, haverá quem te console.
Ah, pequena bailarina...
a vida é feita de muitos bailes.
Na vida,
se debuta todos os dias, bailarina...
Na noite mais fria,
só haverá um homem
para te acompanhar,
enquanto teus pés se afogam.
Só haverá um homem,
meu amor,
pra te amar...
E ele te amará pra sempre...
ainda que feito de brinquedo.
Ele é maior que o brilho de qualquer anel.
De uma bailarina,
a vida cobrará postura.
Não permita tua coroa
posta de pernas pro ar.
Solitária entre várias,
tu te sentirás bailarina.
Dança, dança, dançarina...
Dança o tempo que passa...
Segue teus próprios passos,
bailarina...
Dança teu próprio destino...
Aprenderás que saltar é
tão importante quanto cair...
Exausta...
só haverá um lugar pra que descanse...
e quando tu perderes a corda,
docemente – ele – te acorda.
E tu volta, volta.
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