Entre sem se perder...

segunda-feira, 5 de junho de 2017

SENDO SANDRA



Quando sou
soa sincero.
Sei que sou
Central Única.
Sou a Florbela
que espanca
o poema.
Sou estrela
que dia clareia.
Há porque
amanhã.
Quando me atrevo
a sê-la,
não há volta.
E toda a minha
vontade é vermelha.
E há em mim
uma ingenuidade
verde-amarela.
Há em mim a rua
que te deixa sem saída.
Que te faz preso político.
Há em mim o tumulto
da manifestação.
Há a pretensão
de ser utópica.
Há em mim a Marx
vontade de equalizar,
de arcoirizar o planeta.
Há em mim
fé em todo o Francisco.
Há a dor de todas as Simones
que abortaram-se
não sendo de Beauvoir.
Quando ela aparece 
há uma pichação
que desafora o muro!
Para falar deste nome
há luta de classes gramaticais.
Quando ela incorpora (...)
sou a luta enlutada.
Sou Maria da Penha,
sou Madalena 
que amava um socialista,
sou Dandara,
sou também Marias 
que não são bonitas. 
Sou Tarsila, Lotta arquitetando,
Sou Leila voando, sou Dilma caindo.
Sou mulheres queimadas
sou as que precisam ser amadas. 
Sou a subversão dos que perdoam.
Sou quem anistiou o sonho.
Sou quem não segura o cálice.
Sou a embriaguez do megafone.
Sou fruta Gogóia sindicalizada.
Quando sou Sandra
sou cio.
Sou Fidel (...)
- Que é melhor que ser fiel!
Sou o novo que sempre vem.
Sou o sol de quase dezembro.
e pra não dizer que não falei de flores (...)

Quando me visita a Sandra,
sei que toda a Rosa é de Luxemburgo.


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