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segunda-feira, 5 de junho de 2017

DISFONICA


Não posso mais te chamar.
Também não devo usar o creme.
Mas te chamo mesmo assim.
E sempre que te penso
é religioso...
É mistério.
Não devo te chamar
através do cálice.
Nem devo oferecer o vinho.
Mas te chamo mesmo assim.
Em todas as vidas te chamo.
E te chamo desde pequena.
Chamo para que me socorra,
para que me dê rumo...
para que tudo faça sentido.
Não devo usar encantamentos.
Mas te chamo mesmo assim.
Aliás, o amor grita.
Grita muito alto.
E quer saber?
De tanto te chamar, 
ando já sem voz.


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