Entre sem se perder...

terça-feira, 4 de março de 2014

Romance Árabe


Caía a noite embriagada...

O horizonte sobre a linha

anotou por anos

o que ele notou

do que ela não disse.

Cintilava uma eloquência.

Misto de calma e manifestação.

Toda a verve, impaciência.

Blasfemou sobre a beleza

que ofendida passou a vagar...

Ofereceu camelos,

ela, tratado de Alquimia.

Recitou-lhe o Corão,

ela se dizia de Alexandria.

Ofertou-lhe um turbante,

ela se recusou a cobrir o terceiro olho,

que ele não enxergava.

Em segredo,

a levou pra tenda,

mas como poesia,

deveria ser lida em voz alta.

A beleza sempre ofende a Medina.

Deu-lhe água,

atravessava um deserto sozinha,

por isso vivia em tempestade.

Musa de sílica,

era o verdadeiro tesouro d' areia.

Quem diz que a ama,

é digno de oásis.

Pra prosseguir viagem,

deve-se crer em miragem.

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