Entre sem se perder...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

1981

O escorregador permanece o mesmo brincando na areia.
Cidade do interior do meu interior.
Hoje chega-se de novo em ti.
Barulho inconfundível.
Meia tarde
de roldanas que recolhem roupas que vibram.
Dos pássaros teus guardo a pena
que agora sacode o vento
na mesma árvore que marcava encontro às seis.
Havia tanta beleza naquela monotonia feia tua.
Havia tanta praça no que fazia!
Tudo tão perfeito, irretocável.
O destino parecia inscrever-me ali.
Mas fora uma visão desta minha traidora
que fez questão de por abaixo a pira
que pretendia aprisionar.
Por sorte a lembrança me tem de volta.
Vez ou outra o mesmo sol retoma aquele
que me parece um agosto.
Perdi neste lugar uma irmã
que nunca mais voltou.
Continua lá pequena.

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