Entre sem se perder...

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Pisces





Conte até doze.
Mergulhe no último.
Afogue-se.
É o aquático mutável.
Meia lua pra baixo.
Meia lua pra cima.
Escamoteia de cristão,
com escamas de pagão.
Vá até 360º e pare.
Beba do fleumático líquido.
Secreto universo,
banhado em silêncio.
Santo e louco.
Gênio e medíocre.
Glifo de extremos.
Útero e morredouro.
Nascedouro e calunga.
Jesus pescava homens.
Seriam asas de nadar
ou nadadeiras de voar?
Salve o que respira
dentro d' água.
Mudo, distante, secreto.
Zona profunda do contemplativo.
Peixes morrem pela boca.
Na imensidade do inconsciente,
multiplicam-se.
DAGUIM - e o sentido do cardume.
Santificação molhada.
Reduto primordial.
Mar-verde-ambivalente.
Meu-mar-mítico.
ICHTHUS - para quem tem fome!
A água é pele
que ninguém fere.
Onde começa a gota,
termina o oceano.
Filhos do domínio de Netuno.
O pó retorna ao pó,
a psique ao oceano.
Não reconhecem limites.
Não há forma possível.
Na lâmina d'água,
a fronteira entre dois mundos.
Eles não dormem,
alternam vigília e repouso.
Tente...
agarre um deles com as mãos!
Na superfície, morrem.
Na profundidade, tesouros.

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