voou para dentro da boca.
Penas repousam
embaixo da cama.
Baratas adornam
os cantos da casa.
Esbarro com meio corredor
no fim da lagartixa.
Cruzo por aranhas paraplégicas.
Todos os dias recebo presentes...
os mais diversos presentes.
Asas, patinhas, antenas, ferrões
compõem a mais fina tapeçaria
de que me posso orgulhar.
Sobrevoam a casa abelhas zangadas
e zangões que desistiram de serem abelhudos.
Borboletas com suas asas magoadas
enfeitam as cortinas
num abre-fecha incessante.
Não quero ser bruxa.
Mas o sétimo gato me visita todas as noites.
Mustafa é o seu nome!
Mustafa não quer me abandonar.
Vasculha coisas
me encontra na madrugada.
O gato número 7
me persegue.
Como todos os outros que atirei pedra
decidiu ele também
tomar conta do meu telhado de vidro.
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