Entre sem se perder...

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Dedo na ferida


Não podia engravidar de ti
como minha mãe.
Mas te dei um filho
que quero que crie.
A criança não podia ser mais bonita
mais formosa
mais parecida contigo.
Pai me ajuda a criar nosso filho juntos.
Pai este filho é teu...
Meu marido só
só serviu pra que eu te desse um filho.
Tens obrigação comigo...
Assumiste todos os filhos
menos o meu?
Quer dizer que serei a única mãe solteira?
Vai me abandonar grávida?
Pai
como assim não podemos?
Podemos sim.
Sem que ninguém saiba.
Podemos sempre
às escondidas
muito bem disfarçados.
Ah, não?
Então quero que tu pague as fraldas.
Quero que tu pague a escolinha.
Quero que tu pague o carro.
E pague por minha mãe.
Quero que tu pague o diabo
que te farei amassar o pão.


Quero apenas que tu pague.

2 comentários:

Lizandra disse...

Essa poesia é tão edipiana, era essa a idéia?

tô começando a gostar de poesias, adorei o blog.

lizandra

Poesias disse...

doh.:
silvia, muito bom seu blog com seu trabalho poético que vc expos ao blog.
Tenho pequenos momentos de curtas escritas, se quiser dar uma olhada.
http://thiagodoh.blogspot.com/

Abraço :)