
Atentos sentinelas
observam a queda de meus telhados.
Fazem serenata
pra elogiar meu sono.
Perdem vidas, não o élan.
Nascem pobres
e vivem da farsa aristocrática.
Pregam a utopia da liberdade equilibrista
trajados em charmosos casacos de pele.
Desaparecem pardos
camuflados noite adentro.
Dias depois
lamentam arrependimentos.
No zinco resolvem desafetos.
São amaldiçoadas pirâmides
e cultuados adormecidos.
Divertem-se as nossas custas.
Fingem-se perigosos traidores.
Vagabundeiam à luz do dia
pra que todos saibam.
Odeiam subserviência.
Reagem sempre à altura.
Somos seus bichinhos de estimação.
Um comentário:
Silvia, sou suspeito pra falar da qualidade da tua poesia, sou dela um apreciador contumaz. Elegi este poema para comentar, porque o escreveste pela ótica dos bichanos, que particularmente, como tu, os adoro. Lindo teu poema guria, como eu gostaria de ter feito para os meus gatinhos em casa. Te adoro!
Postar um comentário