Entre sem se perder...

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Interesseiros Interessantes

Contemplam o madrugar da minha solidão.
Atentos sentinelas
observam a queda de meus telhados.
Fazem serenata
pra elogiar meu sono.
Perdem vidas, não o élan.
Nascem pobres
e vivem da farsa aristocrática.
Pregam a utopia da liberdade equilibrista
trajados em charmosos casacos de pele.
Desaparecem pardos
camuflados noite adentro.
Dias depois
lamentam arrependimentos.
No zinco resolvem desafetos.
São amaldiçoadas pirâmides
e cultuados adormecidos.
Divertem-se as nossas custas.
Fingem-se perigosos traidores.
Vagabundeiam à luz do dia
pra que todos saibam.
Odeiam subserviência.
Reagem sempre à altura.
Somos seus bichinhos de estimação.




Um comentário:

Unknown disse...

Silvia, sou suspeito pra falar da qualidade da tua poesia, sou dela um apreciador contumaz. Elegi este poema para comentar, porque o escreveste pela ótica dos bichanos, que particularmente, como tu, os adoro. Lindo teu poema guria, como eu gostaria de ter feito para os meus gatinhos em casa. Te adoro!