Entre sem se perder...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Distorcida


Construíram minha existência.
Imagens verdadeiras
opiniões falsas.
É como se minhas imagens fossem falsas também.
Memória é a única testemunha viva.
Fizeram com que acreditasse em algo que eu não era.
De repente, cheguei a acreditar.
Convivi com toda a mentira sobre mim.
Hoje quando vejo a tia gorda de alguém dizendo:
Quando tu eras pequena...
Tenho pena da criança!
Tudo que pretendem?
Fazer a fulaninha pensar que é pequena
e pro resto da vida.
Fazem a fulaninha acreditar na versão deles
sobre ela própria.
Aquele filme estava certo...
Todos deveriam ter acesso ao seu banco de dados.
Todos poderiam reeditar algumas partes.
Odeio as pessoas reconstruindo aquilo que a gente era.
Todos lembram do naufrágio
do barquinho afundado no papel.
Recriar um eu que não existe
faz pensar que era uma criança má
maquiavélica.
Quando na verdade sou apenas um adulto
que por causa disso não cresço.

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